O QUE É MEU É TEU...

terça-feira, setembro 27, 2005

Então hoje falo eu...

Percebo os teus medos e as tuas angústias...
Percebo as tuas dúvidas e o nervoso daquele dia...
Percebo a tua tristeza ao ouvir tal mensagem de tal leitor...
Até percebo quando questionas se terás direito a ser uma personagem neste novo capítulo...

Mas, deixa-me voltar a dizer-te, mais uma vez (qtas forem precisas), e tento prová-lo diariamente, que desde o dia em que te conheci, fiz de ti a actriz principal e fiz com que todo o enredo andasse (e anda) de mão dada com a tua vida!!
Não consigo que seja de outra forma sabes... o outro capítulo há muito que estava fechado e foi sem pena, mágoa, tristeza ou melancolia que foi encerrado (à seis meses atrás) com caneta de tinta permanente.

SOU EU quem escreve o livro e FUI EU quem quis que dele fizesses parte, ao qual com amor aceitaste e te entregaste.... agora, quero que o escrevas comigo. Se tens dúvidas quanto ao rumo da história, também eu tenho... não sabemos as peripécias que nos esperam, mas sinto que as vamos ultrapassar como temos feito até aqui... elas que venham, porque serão enfrentadas de mão dada e com um sorriso maroto nos nossos lábios!

Há uns dias li que o amor é quando vemos a nossa alma reflectida nos olhos de alguém... e isso eu vejo, de cada vez que me beijas, de cada vez que me tocas, de cada vez que fazemos amor... sei que também o sentes quando me olhas...

...os beijos que deste nas lagrimas que saiam dos meus olhos naquele dia, foi a prova que a tua alma está cá dentro e não há espaço para mais nada...

por outras palavras: AMO-TE

quinta-feira, setembro 22, 2005

Hoje é tudo o que consigo fazer… Amanhã, será outro dia…

Hoje foi o dia em que viraste costas ao teu passado. O dia em que as barreiras que nos separam se tornaram mais ultrapassáveis. O dia em que um estigma se tornou menos visível…

Como alguém me disse um destes dias, foi um capítulo que se encerrou no livro que é a tua vida. Um capítulo que estava em aberto e no qual eu apenas fui figurante.

Tal como um escritor, também foi a tua mão a encerrá-lo, ao escrever a última linha. A mesma mão que já havia virado a página para começar um novo capítulo de vida, mas que ainda não tinha escrito a passagem final no anterior, de modo a dar seguimento à história.

Mesmo sabendo o quanto me amas, hoje não consigo deixar de me perguntar para onde ela seguirá. Serei eu a ponte para o próximo capítulo? Será que o enredo tomará outro rumo? Ou terei sequer direito a ser personagem nos próximos capítulos?

Na verdade personagem sempre fui… uma personagem que entrou a meio da história e que não sabe bem que papel desempenhar. Uma daquelas que aparece sem ninguém saber muito bem de onde nem porquê, mas que vem desestabilizar o fluir harmonioso da narrativa. Aquele tipo de personagens a que os leitores não acham muita piada. Porque, de alguma forma, vêm quebrar o guião instituído… porque, de alguma forma, vêm adiar o final feliz que os leitores tanto esperam. Mas mesmo assim, elas teimam em não sair de cena e obrigam-nos a ter de lidar com elas.

Sim… foi um desses leitores que se manifestou nesse sentido e me fez perceber o lugar que ocupo neste livro. Fez-me perceber que era um elemento estranho à história, um elemento perturbante, pelo simples facto de me estar a imiscuir num capítulo que não era o meu, nem tampouco estava encerrado.

Foi esse o capítulo que encerraste hoje… algo que foi desejado por dois e lamentado (quiçá) por muitos.

Por muito que queira, não é um capítulo estanque e, de uma forma ou de outra, será sempre recorrente no desenrolar das peripécias que se seguem. Ou, pelo menos, no trecho de acção mais imediato.

Nem tampouco me fará esquecer que fui um catalizador para que ele tivesse terminado ali, bem antes do que o público-leitor (e tu próprio) havia previsto. Ou, se calhar, é apenas o meu espírito egocêntrico a dar-me mais importância do que aquela que realmente tive no virar da história. Seja como for, é um estigma que, pelo menos por enquanto, me irá acompanhar e do qual não me farão esquecer tão cedo.

A questão que me inquieta agora é saber se irei passar de puro catalizador, de mera figurante, a personagem principal. Se o elenco se manterá até ao final do livro ou se o argumentista invisível (tão comummente chamado “destino”), à laia de Kubrick, se lembrará de introduzir novas reviravoltas na acção, mudando todo o enredo e, por arrasto, as expectativas dos leitores. Se, daqui a algum tempo, o público se esquecerá que em tempos fui um elemento estranho e passará a olhar-me como uma das peças-chave no puzzle que é a tua vida. Da vida que, a todo o custo (reconheço), tens vindo a tentar reconstruir.

Se… se… Se tanta coisa!

Perdoa se te ofendo com tais questões e tais pensamentos. Desculpa se pareço pôr em causa o nosso amor. Mas compreende que neste preciso momento (mais do que em qualquer outro até agora), não posso deixar de o questionar e de o pensar.

Não o faço por duvidar do quanto me amas… faço-o por te amar demais e por ter a certeza do que quero… ajudar-te a escrever o resto do livro e chegar ao final da história contigo…

Hoje é tudo o que consigo fazer… Amanhã, será outro dia…

quarta-feira, setembro 21, 2005

Eu no escritório, a Miss em casa...

Lembras-te como acabou esta conversa no msn??

Miss - fodias-me agora?...
Mr - fodia pois...
Miss - ui... assim dakelas bem dadas?
Mr - dakelas de te deitar na cama de barriga pa cima, sem te dizer nada e sem te dar beijos... só lambidelas pelo corpo fora, dentadas nos teus bicos tesos... puxões de cabelos e um dedo dentro da tua cona.. só gemias e não podias falar... lamber-te o clitoris todo enquanto o dedo te preenchia as partes na medida certa... sim, dessas bem dadas
Miss - essa tua descrição deixou-me doida
Mr - q bom... lambia-te essa tesão toda q escorre pela tua cona... e sabes q mais???...
Miss - o k?
Mr - só a queria saborear com a pontinha da lingua à entrada da cona... só a sentias ao de leve e tremias para a sentir entrar... mas havias de te vir assim, só a sentir a minha respiração na tua cona quente
Miss - ahh cabrão
Mr - tas com cuecas?
Miss - não, de calções...
Mr - mete o dedo por dentro deles e toca no clitoris... vê se tá quente e diz-me
Miss - ta a escaldar, claro... mas n ta molhado... a entrada da cona é que escorre
Mr - é bom saber... agora lambuza dois dedos um bocado à entrada dessa coninha quente e passa-os num mamilo apertando-o com força! ahhh... mas antes prova essa tesão, mete os dedos na lingua e diz-me se sabe bem...
Miss - ficou logo teso o cabrão. Sabe bem... está nakela altura é que nem é doce nem é amargo... é... parece que sabe a natas!! e tem akele cheiro a cona tesuda mm bom
Mr - hmmm fico guloso só de pensar... abre bem uma perna para cima da secretaria... e com a tesão q tás, esfrega o clitoris e enfia o dedo na cona... bem no fundo... esse cheiro da tua coninha tesuda deixa-me doido... mete lá o dedo vá, com força.. sente-o todo e vê bem essa cona boa a abocanhá-lo com fome.
Miss - tens de ser tu cabrao... n chego la akele sitio... só lhe consigo tocar um bocadinho. Mas sim, ta la dentro... ja tenho o clitoris molhado.
Mr - ahahah... vais ter de esperar... imagino essa cona como não está... não pares de esfregar.. querias mesmo ter o meu dedo lá dentro não?? agora com o dedo lá dentro, com a outra mão esfrega bem o clitoris humido e imagina q é a minha lingua a lambe-lo e mordê-lo loucamente
Miss - consigo la por 2 dedos dentro... ta td aberta a pensar em ti
Mr - uiii tão bom... q cona docinha... adoro saber q ela está aberta e doida de tesão... bate-lhe.. BATE.. dá-lhe duas palmadas com força vá... hmmm tão bom Miss... só imaginar o cenario de te ver em frente ao computador de cona aberta...
Miss - imagina... imagina tb eu a lamber-te os colhões e a meter um dentro da boca... imagina eu a morder a cabeça do caralho de levezinho... imagina eu a bater-te uma punheta e chupar-te a ponta do caralho... imagina tu a vires-te pra minha boca e lambuzares o caralho nos meus labios quentes
Mr - fdxx... não me sai isso da cabeça pah.. desde o momento em q disseste q a cona já escorria tesão... imagino-te a lambuzares-te nele com essa fome de caralho q só tu tens... hmmmm tão bom fdxx... diz-me q tens o dedo na cona diz... aperta o mamilo para mim... se fosses mesmo doida e tivesses a escorrer tesão ias buscar um dos brinquedos q tens debaixo da cama e passavas na cona.. eu não kero ver... só saber q está lá... Q TESÃÃÃO
Miss - o dedo tenho, o mamilo posso apertar... os brinquedos... keres ver?
Mr - se me mostrares...
Miss - vai demorar um cadinho, esperas? ou preferes ver pessoalmente?
Mr - prefiro q não mostres... eu vejo qdo chegar a casa... fico-me pela imaginação de saber q tas doida p ser fodida!!
Miss - tou... mesmo. E tu tas doido para me foder
Mr - é um sentimento ambíguo.. por um lado quero ver já, por outro quero esperar... sim tou doido de tesão por ti!! desvairado
Miss - e eu tou doida para te foder tb
Mr - queria-te foder por tras... com toda a minha força!! para te ouvir gritar bem alto e gemer como nunca. Dar-te chapadas no cu... mas na peida mesmo... não é de lado nas coxas.. é no cu como mereces
Miss - axas k eu aguentava essa força toda?
Mr - axo q aguentavas isso e mt mais..
Miss - tas sozinho? já meteste a mao dentro das calças?
Mr - ainda não... tou à espera de chegar a casa p meteres tu
Miss - entao mete
Mr - SACAAANA... tás-me a deixar doido!!

Miss - passa a mão pelos colhoes e brinca com eles... toca-lhes ao de leve... deixa os escorregar por entre os dedos, depois aperta-os um bocadinho... um de cada vez, depois os dois ao mm tempo
Mr - fdxx... tão bom, tou a mexer-lhes... tão cheios os cabrões
Miss - hmmm... tanta esporra pra mim. Agr sobe a tua mao... começa a esfregá-lo de baixo para cima
Mr - é, sua puta... só para ti.. fdxx tenho a breguilha aberta e a mão dentro dos boxers... já tou a esfregar o caralho... tá enorme fdxx. Tou a apertar-lhe a cabeça com força...
Miss - leva a mão a boca e molha os dedos... passa-os na cabeça do caralho para ela ficar húmida
Mr - hmmmm imagino a tua boca aqui...molhadinha como eu gosto, sacaaaaaaaana pah
Miss - deixa a mao escorregar pela cabecinha e de vez em qd bate mais um bocado... imagina que o estas a fazer enquanto eu passo a lingua na cabeça do caralho... enquanto a chupo e lhe dou dentadas... continuas sozinho?
Mr - sim... tou a fazer tudo o q me mandas...
Miss - entao leva os dedos à boca outra vez e molha-os... já está?
Mr - sim
Miss - mete a mão dentro dos boxers e passa os dedos no teu cu... assim só para senti-los lá perto
Mr - hhmmmm sua cabra! fdxx é dificil pah.. lol... mas consigo, espera...
Miss - hmm na entrada só... com os dedos molhados... enquanto fazes isso imagina que estou atras de ti a dizer-te ao ouvido "estás mortinho cabrao por mete-los la dentro".... o que é que me respondias?
Mr - respondia "puta de merda... olha eu a mete-los olha.. olha o meu dedo dentro do cu quente... vês?? sem calma nenhuma, à desvairado.. vê bem" hmmm tao bom fdx
Miss - entao mete cabrão, mete k tas desejoso... com a outra mão bate uma punheta e pensa nas minhas maos a apalparem-te os colhoes
Mr - ahhh caralho, não posso pah... ainda entra alguem e já tou quase de calças em baixo... mas tou a bater uma punheta com força como pedes... a imaginar e sentir como seria bom por qqer coisa no cu
Miss - entao mexe so no caralho e aperta o mamilo esquerdo com força...tenho a cona toda molhada foda-se! imagina-me aí, na tua sala... já toda a gente saiu da empresa, dá-lhe agora com força vah... imagina-te despido debruçado sobre a secretaria a bater uma punheta... e eu por tras a por-te um dedo no cu
Mr - sua puta fdxx... liga o Venus e vê mesmo daí onde estás... esfrega-me bem essa cona e mete lá dois dedos dentro enquanto pensas no caralho rijo e grosso e foder-te
Miss - e tu imagina, eu por tras a lamber-te os colhoes. Cala-te cabrao, que quem ta a fazer o filme sou eu!
Mr - fdxx Miss deixas-me doido de tesão...
Miss - sente a minha língua a lamber-te o cu... sente ela enfiar-se lá dentro
Mr - hmmm cabra, puta
Miss - não pares de bater amor... continua
Mr - não parei... continuo com a mao dentro das calças
Miss - sente-me a cuspir pro teu cu e enfiar um dedo lá dentro. Qual é que queres?
Mr - hmmm cospe amor...mete o do meio... o grande
Miss - eu meto... o teu cu abre-se logo para mim, o cabrao
Mr - tá todo aberto, só p ti.. usa e abusa à tua vontade
Miss - enterro-o todo lá dentro e toco-te naquele sitio que tu gostas, q te faz vir! Chama-me nomes... chama que eu gosto...
Mr - és tão puta, tão vaca pah... cabra....
Miss - com a outra mão apalpo-te os colhoes, bato-lhes... mordo-te as nadegas com força
Mr - hmmmm sabe tão bem... adoro qdo me fodes dessa maneira desvairada e sem respeito... fode-me aí o cu va...
Miss - sentes k te podes vir e dizes-me... diz-me lá va
Mr - fdxxx PÁRA
Miss - eu paro... deito-te em cima da secretária e subo pra cima de ti
Mr - PUTAAAAAAAAA, tava-me qse a vir. Senta ai vah cabra.. monta esse caralho rijo
Miss - puxo a saia para cima e desvio o fio dental pro lado...

baixas-me o top e apertas-me uma mama com força. Primeiro roço-te o caralho na minha cona humida... sentes?
Mr - ahhh fdxx se sinto.... tas aqui mesmo em cima da minha mesa e eu a ver-te a foderes-me
Miss - meto-lhe a cabecinha dentro da cona e tiro... e torno a meter... e torno a tirar. Gritas "puta de merda, enterra-o de uma vez", e eu enterro-o todo na cona... fdxx doeu mas tou-me a cagar, monto-te o caralho enquanto me bates na peida e me afastas as bordas do cu para entrar mais fundo
Mr - hmmmm fdxx Miss... tas-me a deixar doido..
Miss - é mau?
Mr - é bommmm.. sentir a tua peida a foder-me, montada em cima de mim é bom demais fdxx
Miss - viro-me ao contrário e fodo-te de costas pra ti. Já reparaste nos riscos que tens na secretária?
Mr - n
Miss - foram os saltos...
Mr - ahhh grande puta
Miss - enquanto salto em cima do teu caralho esfregas-me a cona com força... "mete-me o dedo no cu cabrao de merda".... e tu metes...
Mr - prego-te chapadas no cu com tanta força q só te oiço aos gritos e chamares-me cabrão
Miss - fdxx k tesão
Mr - fdxx tou louko... ai caralho vem aí o chefe... inibidor, inibidor...
Miss - lol eu tb tenho de ir...
Mr - eu já te ligo ta?
Miss - tejá
Mr - promete q não te vens...
Miss - prometo, e tu tb
Mr - ok, teja amor. Tás tão fodida qdo chegar a casa
Miss - hmmm tão bom... beijo e lambidela no caralho
Mr - Bjos e um dedo no cu...

domingo, setembro 18, 2005

Dia 10... de volta à base ou a morte anunciada de uma bateria!

Eram precisamente 9 horas quando acordámos. Logo nos apressámos a descer para o pequeno-almoço tal era a fome com que estávamos.

Para um hotel à beira estrada, o Ibis até que não está nada mal. Os quartos são óptimos e o pequeno-almoço é farto na oferta. Não resistimos a nos empanturrar com torradas, bolos e croissants e, como bom português que se preze, ainda trouxemos uns pacotes de bolachas e uns boiões de doce para o caminho.

Às 10 horas estávamos a sair do hotel. Reparámos nessa altura num pormenor um tanto ou quanto problemático.
Mr: foda-se, tenho a luz da bateria acesa.
Miss: a sério? Oh que merda era só o que faltava! Queres parar aí numa área de serviço? Pode ser que haja uma oficina.
Mr: não, caga nisso. Quero é ir para casa.
O calor entretanto começava a apertar, tornando a nossa viagem bem mais tortuosa. Por volta do meio-dia, o termómetro já batia nos 40ºC e, para variar, a minha impaciência aumentava com a temperatura.
Miss: quanto é que nos falta mais ou menos?
Mr: até Badajoz mais 2 ou 3 horas, depois é só mais duzentos e tal quilómetros até Lisboa.
Miss: ‘tamos fodidos. Ainda por cima vamos atravessar o interior todo da parte da tarde, mesmo na hora do calor. Vamos morrer! Não podemos ir por outro caminho?
Mr: podemos… começamos já a descer, entramos pelo Algarve, atravessamos o sul todo pela costa e subimos ali pelo litoral alentejano (Porto Covo, Milfontes, Alcácer), até chegar a Lisboa. Sempre devemos apanhar menos calor… chegamos é lá amanhã, mas caga lá nisso!
Miss: ohh vai gozar co caralho!
Mr: ahahah… afanada.
Não tive portanto outra alternativa senão conformar-me com o percurso escolhido.

Nas horas seguintes ainda tivemos de parar umas vinte vezes pelo caminho para comprar água, sumos, Gatorade e Calippo’s de limão… enfim, tudo o que servisse para nos refrescar e nos matar a sede. Eu que raramente suo, escorria água da cabeça aos pés.
Miss: ohh mori… e se ligássemos o ar condicionado só um bocadinho?
Mr: ainda não, só quando estiver mesmo abusivo.
Miss: foda-se ‘tás a gozar… estão 40ºC, não achas que é abusivo o suficiente??
Mr: ‘tou a gozar Xu. Eu ligo… é só porque esta merda ‘tá meio fodida, não sei se funciona.
5 minutos depois…
Mr: foda-se… tenho de abrir os vidros. Isto não dá frio e ‘tá um calor do caraças aqui dentro!
Miss: ohh que caralho… se calhar é da bateria. Pronto, ‘tamos mesmo fodidos, não há volta a dar!
E não havia mesmo. A certa altura já o Mr tinha o Exmº de fora (não fosse ele morrer sufocado dentro das calças) enquanto a Miss, de vestido desapertado e arregaçado, já vinha em cuecas e de mamas ao léu.

Finalmente avistámos Badajoz e a porta de entrada para Portugal. Parámos uma vez mais numa bomba para comprar água e meter gasóleo.

Miss: olha aqueles caramelos com pinhão! Vou levar um pacote grande pra nós.
Mr: leva um mais pequeno também prá minha mãe.
Miss (para o empregado): la bomba 3 e más esto. Quanto es?
Empregado: 43.35 €
Miss: hein? Olha lá Mr, quanto é que meteste de gasóleo?
Mr: 20 euros
Miss: então como é que 1 garrafa de água, 1 sumo e 2 pacotes de caramelos custam mais de 4 contos?
Empregado (notando o nosso espanto): lo paquete grande es 12 euros e lo pequeño es 8 euros.
Miss: ahh, entonces solamente quiero lo pequeño.

Ao sair da bomba…
Miss: estes gajos são mas é malucos… 2 contos por um saco de caramelos!
Mr: estes são mais caros que os outros… deve ser por terem pinhão.
Miss: foda-se… eles que metam o pinhão na peida mas é!!
Já em terras de Portugal, a ânsia de chegar a casa aumentava, mas a ideia de atravessar o Alentejo em pleno Agosto, às três da tarde, não só era desmotivante como também um autêntico suicídio. A certa altura, de olhos fixos no vazio, o meu cérebro começou a entrar em delírio.

Miss: eu admiro bué as árvores…
Mr: quê???
Miss: a sério… ‘tão ali quietinhas, sem se poderem mexer, à torreira do sol e não se queixam!
Mr: ohh que caraças… mas tu ‘tás bem?
Miss: ya…
Mr: sofres bué com o calor não sofres?
Miss: ya… bué…
Mr: pois, nota-se… é que já não dizes coisa com coisa!
E realmente continuei a dizer merda o caminho todo até Lisboa.

À entrada da ponte Vasco da Gama, mais um episódio engraçado.
Mr: boa tarde!
Portageira: boa tarde, são 2 euros por favor.
Mr: aqui está…
Portageira (a rir): obrigada… e continue a boa viagem!
Miss: olha lá… foi impressão minha ou a gaja ‘tava-se a rir pra ti?
Mr: ‘tava não ‘tava? Não percebi… ohh foda-se, já sei porque é que foi!
Miss: porquê?
Mr: esqueci-me de apertar as calças! Ainda ‘tou com o Exmº de fora!
Miss: ahahah… boa Mr!
A meio da ponte, a questão da bateria começou a tornar-se mesmo problemática. O rádio deixou de funcionar, assim como os vidros e os manómetros eléctricos. Quando entrámos na 2ª Circular, o motor já tinha um roncar esquisito e apenas uma preocupação pairava sobre as nossas cabeças: “será que chegamos até casa?”.

Entre sinais vermelhos, trânsito e condutores de meia tigela, lá conseguimos chegar, mas enquanto dávamos a volta para estacionar, o carro pregou-nos a partida do dia. O motor deu o último bafo, ficámos atravessados no meio da estrada e tivemos de estacionar o carro de empurrão.

Mr: merda pró carro.
Miss: bem, ao menos só parou à porta de casa!
Mr: ya, por acaso tivemos uma sorte do caraças. Mas também só faltava agora ter o
carro avariado!
Miss: deixa lá, isso resolve-se. Agora fica aqui paradinho, amanhã logo vemos o que se passa.
Mr: ya… foda-se, agora não quero saber disso pra nada. Só quero chegar a casa e aparrar na cama.
Finalmente em casa, percebemos que as férias tinham mesmo acabado. Embora tivessem sido curtas (como sempre são) e a viagem tivesse sido estafante, aqueles 10 dias juntos tinham valido bem a pena. Ainda nos sobrava o resto de Domingo para nos mentalizarmos que tínhamos de voltar ao trabalho. Mas não conseguíamos deixar de pensar em como foi bom e em como iriam ser as próximas. Mas isso… isso contamos depois…

FIM

quinta-feira, setembro 15, 2005

Dia 9... ou a foda do 203!

Fatidicamente havia chegado o dia… o dia em que se impunha o regresso à nossa realidade. A custo, lá começámos bem cedo a desmontar a tenda e a arrumar tudo o que faltava. Como tínhamos de sair até ao meio-dia, resolvemos pagar a estadia, deixar o carro no parque de estacionamento e aproveitar as últimas horas que nos restavam.

Com as arrumações e a burocracia do check out, só por volta do meio-dia e meio nos despachámos. Hora de almoçar… o restaurante do parque era uma boa escolha já que nos podíamos transferir logo a seguir para a piscina. Mais uma vez, tivemos uns desentendimentos gastronómicos.
Mr: hola, la carta de pizzas, por favor.
Empregado: la cocina es cerrada
Miss: pero faltan veinte minutos para las 13!!
Empregado: bueno, pero solamente empezamos a servir a la una!
Bem, mais uma nova dos espanhóis. Coitados daqueles que costumam almoçar ao meio-dia! Mas também não nos atrapalhámos muito… fomos dar um mergulho e voltámos a importunar o sr. empregado.

Como havíamos planeado, a nossa tarde foi passada na piscina, dizendo um último adeus ao bar, às espreguiçadeiras e à água quentinha (chiu... não digam à Miss porquê!). Saímos oportunamente no momento em que se preparava mais uma aula de hidroginástica. Desta vez não era a mesma croma do outro dia mas decidimos não arriscar.

Prontos para nos fazermos ao caminho, havia uma paragem muito importante a fazer antes de prosseguir viagem. Os mais de mil quilómetros de tortura que nos separavam de Lisboa, não podiam ser percorridos sem o incentivo de um saco com 2 contos de gomas. Claro que a senhora da caixa ficou a olhar para nós como se tivéssemos a palavra “alarves” escrita na testa.

Era perto das 20 horas quando deixámos para trás Salou na sua rotina de praia e descanso. Prontinhos para nos enganarmos mais uma vez no caminho (e enganámos mesmo), a viagem até Madrid fez-se sem problemas de maior.

Mr: pronto, tinha de ser… não podíamos vir embora sem nos enganarmos!
Miss: deixa lá… voltas para trás. Ali à frente há um câmbio de sentido. O que nos vale é que há muitos!
Mr: se eles metessem bem a merda das placas não era preciso haver muitos câmbios de sentido!
Miss: se calhar por isso mesmo é que eles existem… para compensar a sinalética de merda que eles têm!
Mr: foda-se, deve sair mais barato colocar uma placa do que construir uma rotunda não? Digo eu, que não percebo nada disto…

Desta vez não íamos papar grupos. Não nos íamos enfiar no centro de Madrid outra vez e arriscarmo-nos a passar mais uma noite ao relento. Parámos logo no Ibis de Guadalajara; o tal que nos havia recusado a estadia à ida para Salou. Já era perto da uma da manhã e enquanto estacionávamos o carro rezávamos a todos os santinhos para haver uma vaga.

Afinal sempre havia. Munidos do essencial, fizemos o check in e apressámo-nos para o quarto. Nº. 200. Tal não foi o nosso espanto quando entrámos e vimos um casal deitado na nossa cama. Envergonhados até às orelhas, tal como eles, explicámos que devia ser engano nas chaves, pedimos desculpa e rapidamente descemos à recepção para emendar o erro. O empregado desdobrou-se em desculpas.
Empregado: oh Dios, perdonen, no sé qué sucedió!
Mr: no tiene problema.
Empregado: pero las más sinceras excusas, mil perdones. Ahorita le doy la llave cierta.
Miss: bueno, por lo menos ha sido uno episodio divertido.
Empregado: pero no estaban…
Mr: no, no… estaban mirando la tele! Eheh
Empregado: ahhh menos mal!
Pois, realmente não devia fazer mal já que, pelo que percebemos da conversa entre o empregado e a senhora que estava no nº. 200, aquilo era um arranjinho gentilmente camuflado pelo recepcionista. Por isso ainda nos rimos com aquilo tudo. Só a nós mesmo…

Já com a chave correcta, entrámos no quarto... finalmente... no 203!

Depois do primeiro impulso de tomar um banho de água fria para refrescar, estendemo-nos sobre a cama completamente exaustos. Nem os filmes porno do canal erótico foram suficientes para nos animar, e adormecemos por momentos.

Já há muito que não sentíamos o prazer de uma cama acabada de fazer e o cheiro e o toque dos lençóis lavados de encontro à nossa pele fresca. Ainda de olhos fechados, aproximámos os nossos corpos despidos um do outro e começámo-nos a tocar. Era de certa forma instintivo que eles se procurassem e quisessem usufruir daqueles lençóis brancos imaculados.

Ela pegou na minha mão e suavemente a encaminhou pelo seu corpo. A cada toque imaginei possuí-la com avidez à medida que a minha tesão aumentava. Estremeci ao confirmar que estava húmida, e que os seus bicos estavam empinados, tesos, rijos como nunca os havia sentido.

Mordiscou-me uma orelha e segredou-me ao ouvido: “hoje sou a tua puta, faz de mim o que quiseres”. Como que invadido por uma onda de tesão descontrolada, apoderei-me da minha Miss e fiz exactamente o que ela me estava a pedir. Fodi-a como bem entendi, fiz dela tudo o que quis, dei-lhe prazer de todas as formas possíveis e imaginárias. Como uma verdadeira puta, não se conteve a gemer e gritar por mais. E eu, como um verdadeiro cabrão, não me recusei a satisfazê-la.

Não sei quanto tempo passámos naquilo. Uma, duas, três horas, para contentamento dos restantes hóspedes do hotel. Só sei que foi a melhor foda que demos até hoje.

A escorrer suor e orgasmo por todos os poros e sem forças para mais, adormecemos como estávamos, entrelaçados um no outro. Só me lembro de olhar para o relógio… já marcava as 5 da manhã…

terça-feira, setembro 13, 2005

Dia 8... Lara Croft e o templo do swing perdido!

Hoje resolvemos sair da nossa rotina e dar um salto até à praia. Fomos a Cap Salou, na outra ponta da cidade. No caminho, parámos num marroquino para comprar uma daquelas máquinas fotográficas descartáveis, à prova de água, para nos divertirmos um pouco no mar.

A praia era pequena e ficava abaixo de uma falésia não muito alta. Parecia ser um lugar pouco frequentado, ao contrário da grande marginal apinhada de gente. A água parecia ainda mais quente que o normal e no areal várias rochas formavam recantos mais recatados e abrigados do vento.

A certa altura, chegou um casal de senhores de idade com uma rapariga nova, que se instalou mesmo ao nosso lado. A rapariga era possivelmente uma das poucas gajas giras e bem feitas que tinha visto durante as férias. Os longos cabelos pretos presos numa trança, o rosto angular e os lábios carnudos faziam lembrar a figura da Lara Croft. Só que não vinha de camuflado e botas da tropa mas antes com um biquini fio dental vermelho e branco. Algo que não pude deixar de reparar assim que se começou a despir ao nosso lado.
Miss: mau….
Mr: que foi?
Miss: foda-se, com tanta praia…
Mr (seguindo o meu olhar): a gaja de fio dental? Ahahah ‘tás com ciúmes é?
Miss: não ‘tou nada… mas livra-te de fazeres algum tipo de comentário!
Mr: ‘tás ‘tas… ‘tá com ciúmes a minha Xu… tão linda! Oh amor, tu sabes que não há cu como o teu!
Enfim… gajas!

Da parte da tarde aproveitámos para ir arrumando algumas coisas. Tudo o que nos poupasse trabalho no dia fatídico que íamos ter amanhã: o regresso a casa. E como se não bastasse a dura tarefa de nos despedirmos, ainda fizeram questão de enviar um funcionário do parque para nos avisar que deveríamos sair até ao meio-dia de sexta-feira. Como se nos fossemos esquecer que as férias estavam a acabar!

À noite voltámos a atacar em força no McDonald’s. Já estávamos por tudo. Perdidos por cem, perdidos por mil, que se lixe. Só tínhamos comido merda a semana toda mesmo, porquê contrariar a tendência a poucos dias do fim?

Mais uma vez nos irritámos com o facto de sermos ignorados pela malta dos flyers, até que, vindo do nada, um homem vem direito a nós, como se já nos tivesse micado ao longe, e entrega-nos um panfleto. "Instrucciones", dizia na capa...

Mr: eh eh, viste amor? Também nos deram um!
Miss: eh, deve ser de um restaurante provavelmente!
Mr: não sei, deixa ver… foda-se, não vais acreditar…
Miss: é de quê?
Mr: é de um bar de swing, eh eh…
Miss: ‘tás a gozar!
Mr: sério, olha lá…

Mr: por isso é que nos deram... eles querem é casais.
Miss: desculpa… isso é o flyer da noite!
Mr: queres ir lá experimentar?
Miss: ‘tás a falar a sério?
Mr: não, parva… achas que eu quero que sejas comida por outro gajo? E ainda por cima a ver! E tu, gostavas de experimentar?
Miss: neste momento não é uma fantasia que tenha… não quer dizer que um dia não venha a ter, sei lá… mas agora não consigo sequer conceber tal coisa contigo!
Mr: e se um dia te apetecer dizes-me? É que nessa altura posso querer também, eh eh eh...
Miss: claro que sim, amor… eu digo-te sempre o que quero, ou ainda não percebeste?

Não sabemos ao certo se foi coincidência ou se era culpa desta história toda do swing, mas a verdade é que chegámos à tenda com a libido a latejar. Esta noite estava louca… “hoje quem trata de ti sou eu!”, disse-lhe. E tomei mesmo. Hoje estava empenhada em lhe dar prazer, em masturbá-lo até à exaustão, em ouvi-lo implorar por mais. Nem por um momento o deixei passar os lábios pelo meu corpo. As suas mãos, afastava-as. Ele, desejoso de me tocar sem poder.

Usei e abusei de todos os meus recursos e talentos, que habilmente o fizeram vir-se na minha boca. E ignorando os seus pedidos, continuei a chupar-lhe o caralho, meti-o na cona e fodi-o desalmadamente para que se viesse segunda vez.

Só por fim, exausto de prazer, o deixei tocar-me e beijar-me, enquanto adormecia calmamente de encontro ao meu peito.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Dia 7... excluídos da noite mas com direito a bolinhas!

Mais uma vez fomos passar a manhã à piscina. Chegámos ainda antes de os mitras assambarcadores virem estender a toalhinha na espreguiçadeira.
Miss: chiça que a água hoje está mais fria do que o costume!
Mr: claro… normalmente a piscina ‘tá cheia de gajos a mijar cá dentro.
Miss: oh foda-se, e tinhas de me lembrar isso né?
Depois do almoço e da siesta recorrente, vestimo-nos para jantar. Hoje seria um sítio diferente do habitual. Fomos a um mexicano (já estávamos com saudades de uns nachos e de umas margaritas), e voltámos ao local do crime para mais um gelado pecaminoso.

Enquanto caminhávamos por Salou, batendo todas as ruas que ainda não havíamos percorrido, não pudemos deixar de reparar novamente nas meninas das discotecas.
Miss: foda-se, sinto-me ultrajada!
Mr: que foi Xu?
Miss: ‘tamos aqui há cinco dias e nem sequer um cabrão de um flyer nos deram!
Mr: ya, pois não… mas querias ir era?
Miss: não pah… é uma questão de ego.
Mr: oh, isso é porque ‘tamos os dois numa onda da descontra. Se viesses vestida como as camones, de salto alto e mini-saia, toda produzida, afiambravam-te logo.
Miss: isto é praia, foda-se! Para me produzir, produzo-me em Lisboa, e mesmo assim… já basta ter de ir bem vestida pró trabalho! E além disso, já viste bem o aspecto das pessoas que elas abordam? Só cromos, ainda por cima… ‘tou mesmo chateada!
Mr: elas querem é gajos e gajas sozinhos, que vão pró engate e tal, que paguem copos uns aos outros. Vêm um casal, assim meio afanado, muito juntinho, não lhes interessa tanto.
Miss: e o que é que tem? Se calhar não curtimos como os outros, querem ver?Tomara esses cromos!
Mr: deixa lá Xu…
Miss: sinto-me ultrajada, pronto!
Realmente aquilo era um pequeno negócio de sexo (ainda que pouco explícito). Escolhidas a dedo e vestidas para matar, as meninas tinham instruções bem claras de quem deveriam abordar. Normalmente malta nova, solteira, aqueles grupinhos de amigos ou amigas que saem à noite à procura de um engate ou uma queca no estrangeiro. E o esquema chegava ao cúmulo de haver carros das próprias discotecas, com duas ou três gajas bem arraiadas lá dentro, a parar pelas ruas de Salou, convidando os camones a darem uma voltinha. A nós, como éramos dois, a viagem saía-lhes mais cara com certeza.

Revoltados com esta atitude xenófoba regressámos ao parque. Encontrámos consolo para a nossa diferença na parafernália sexual que trouxemos connosco de Lisboa. Embrulhados no mais profundo estado de excitação hormonal, não nos privámos a usar os nossos brinquedos em jogos sexuais completamente desvairados. O ex-libris da noite foi as bolinhas anais, um item da nossa colecção que permanecia ainda intocado, mas que revelou ser (como já calculávamos) um objecto de prazer acima da média. De tal forma que os nossos gritos devem ter ecoado por muito tempo no silêncio do parque, para consolo dos nossos vizinhos holandeses.

Com a distinta lata que nos é característica, suados e completamente desgrenhados, ainda tivemos o desplante de lhes pedir troco de 5 euros para a coca-cola da praxe, que já fazia parte das nossas fodas nocturnas. E como os holandeses são bem educados, não nos negaram esse prazer e lá nos trocaram a nota.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Dia 6... a aula do inferno e os Srs. dos Anéis

Como era de esperar, acordámos mais tarde que o habitual. Varados de fome, abrimos a pestana só para comer qualquer coisa, para logo a seguir tornarmos a adormecer.

Já com o sono saciado, olhámos um para o outro e instintivamente nos agarrámos e nos começámos a beijar. O nosso corpo pedia sexo naquele preciso momento, como que a exigir a compensação por um prazer que lhe fora negado a noite passada. E na verdade foi bem recompensado, tendo direito a tudo; língua, dedos, mãos, broches, minetes, cona, cú e mamas. O que realmente gostamos em nós é isso mesmo. Fodermos sempre como se não houvesse amanhã, com a mesma tesão da primeira vez. E a cada foda irmo-nos descobrindo cada vez mais, encontrando novas formas de dar prazer um ao outro.

Como depois da tempestade vem a bonança, a chuva torrencial deu lugar a um sol radioso. Depois do almoço levámos os nossos corpinhos até à piscina (a abarrotar de gente por sinal), e foi à sombra de uma palmeira que continuámos a nossa cura pelo sono.

Despertámos rabugentos às cinco da tarde, com uma música irritante e uma gaja aos berros e a bater palmas.

Miss: mas que barulheira é esta?
Mr: é aquela gaja ali. Parece que vai haver uma aula de hidroginástica.
Miss: oh cona da mãe, mas um gajo já não pode dormir sossegado?
Mr: eh eh, tem cá um jeitinho prá coisa. E gorda que nem uma porca. Olha só aquela padaria!
Miss: foda-se mas que mal fiz eu?
Mr: ui, mexer os braços fora d’água deve fazer cá um efeito! Isto se fosse num hotel a menina já tinha sido despedida.
Miss: oh, a camonada curte é estas macacadas. Ó pra eles todos contentes!
E pronto, lá continuámos ao som do YMCA (com direito a coreografia), o Summer Jam e o Gangsters Paradise (olhem só o mix). Tuga sofre…

À noite resolvemos ficar por Salou mesmo. Mais uma opção plástica para jantar: Pans & Company. Sabiam que agora eles também têm sandes com pão de cebola e de azeitonas? Pois, eu não sabia mas que é bom é. E claro, mais coca-cola e batatas fritas (isto é que é vida!).

E que melhor forma de terminar a refeição do que um geladinho fresquinho. Com 47 anos de experiência nesta arte, La Ibense é a nata das gelatarias de Salou. E um verdadeiro regalo para os olhos e para a boca. Só isto: duas taças de gelado, muito chocolate derretido, muitas nozes pecan, um cálice de licor (que no fim veio connosco) e doses abusivas de crocante e chantilly.

À noite, as ruas de Salou, tal como em Cambrils, são um autêntico mar de gente. São os turistas, são os comerciantes e são as meninas aperaltadas que distribuem pela rua fora flyers de bares e discotecas, na esperança de vender mais uns copitos. Atravessar a pé a marginal de uma ponta a outra é assim tarefa tão árdua como desbravar caminho na selva amazónica.

Corajosamente continuámos a nossa luta, já que valores mais altos se impunham: uma compra muito especial.

Na verdade estas são as primeiras de muitas férias que esperamos vir a passar juntos. É como se fosse mais uma etapa de um processo que se tem vindo a desenrolar a uma velocidade cruzeiro. Como se da primeira troca de beijos à certeza de que queremos uma vida juntos tivesse ido um só passo. E realmente foi. Um passo dado sem medos, nem hesitações, nem arrependimentos de qualquer espécie. E porque há coisas tão singelas que nos marcam profundamente, decidimos brindar estas nossas primeiras férias em conjunto com algo simbólico: um anel.

Não um anel que prende, que obriga, que escraviza. Somos livres de o soltarmos sempre que quisermos. Mas sim um anel que lembra aquilo que fomos, aquilo que somos e aquilo que queremos ser. Um aro perfeito, que pode ter falhas, riscos, mazelas de tanto uso, mas que continua a ser sempre um círculo sem começo nem fim. Tal como nós, que já não distinguimos onde começa um e acaba o outro.

Foi dessa forma que nos viemos esta noite. Como um só. Como um ciclo que se repete e nos faz vir uma e outra vez incansavelmente.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Dia 5 (parte II)... a epífânia do queijo-chouriço e o contra-relógio!

(continuação...) Ao sair da Sagrada Familia, por volta das cinco, o corpo já anunciava fome e algum cansaço. Antes de pormos os pés ao caminho de regresso ao Bairro Gótico, tivemos de parar num cafezinho de ar enganadoramente envelhecido, que parecia saído do tempo das tertúlias e do encontro de velhos amigos para um debate de filosofias existenciais. O diálogo que tivemos com a empregada foi no mínimo surreal.

Mr: que queres comer?
Miss: sei lá, uma sandes, uma tosta, uma coisa qualquer. Só vendo o que há…
Mr (para a empregada): hola! Me puede traer la carta por favor?
Empregada (com ar espantado): no tenemos carta!
Miss: hmm… entonces qué tienen para comer?
Empregada: tostadas, tortas, bocadillos…
Miss: ah sí, bocadillos con qué?
Empregada: queso, jamón dulce, chorizo, jamon picante…
Miss: ok, entonces yo quiero uno con chorizo e queso, puede ser?
Mr: dos, e dos zumos de piña, por favor.
Empregada (com ar intrigado): chorizo con queso???
Miss: sí, sí
Empregada (como quem olha para dois atrasados mentais): hmm… bueno, como desean…
E saiu a conter o riso, diante da nossa cara de parvos, como se tivesse ouvido a maior barbaridade do mundo. Agora pergunto eu: será o misto de queijo e fiambre a única combinação possível de uma sandes? Será que os espanhóis ainda não descobriram o milagre da múltipla combinação do queijo? Tipo queijo-presunto, queijo-salame ou queijo-salpicão? Deus nos livre ter dito à senhora que adoro sandes de queijo com banana, queijo com marmelada ou, pior, de queijo com manteiga de amendoim e doce de morango. Acho que na melhor das hipóteses éramos corridos a pontapé. Well, I got news for you lady… QUEIJO VAI BEM COM TUDO!!!!

Bem, mas entretanto lá vieram as sandes. Reparámos contudo que as ditas pingavam um líquido pegajoso.
Mr: que raio é isto?
Miss: deixa ver… parece azeite… yup, é azeite.
Mr: mas estes gajos metem azeite em tudo? Oh que caralho…
Parece que sim… como se a puta da sandes já não fosse gordurosa o suficiente. Mas tal era a larica que marchou tudo. Volta e meia lá vinha a empregada espreitar do fundo do café, olhando com ar escandalizado a forma como nos deliciávamos com tamanha iguaria intragável. E ria-se, a puta.

Ainda a arrotar a azeite, iniciámos o regresso. Como não somos masoquistas resolvemos apanhar o metro até à estação mais próxima da Ciutat Vella. Tal acto não era nenhum desprestígio para a nossa glória caminhante, antes uma boa oportunidade para testar a qualidade do serviço público estrangeiro. De facto, o metropolitano de Barcelona é fantástico. Não pelo conforto, porque nesse aspecto nós somos melhores, mas pela complexidade da rede que serve a cidade de uma ponta à outra.

Saídos no Bairro Gótico (a versão catalã do Bairro Alto), era como se estivéssemos em casa. As ruas estreitas e escurecidas, os becos sem saída, os bares rascas, fashion e alternativos, as pessoas mais estranhas e afanadas que se possa imaginar. Barcelona é decididamente uma cidade muito à frente. Um cocktail de culturas, de estilos, de filosofias e de modos de vida. Um lugar onde ver um casal de fufas de mão dada ou uma troca pública de beijos entre dois gays não choca ninguém. Uma cidade onde percebemos que não nos importávamos viver, talvez, quem sabe, um dia.

Deambulámos uma ou duas horas pelo Bairro até que demos conta que estávamos perdidos. Sacámos do mapa e vimos que nos tínhamos afastado da Rambla uns bons quarteirões. Para ganhar forças para o que ainda nos esperava, foi necessária uma pit stop na Telepizza. De novo, o drama comunicacional.
Mr: Xu, vê lá aí que ingredientes pomos na pizza.
Miss (após analisar bem a escrita): mas que raio de língua é esta, caralho?
Mr: deixa ver…. Ahahah é catalão.
Miss: e agora como é que eu sei o que é que isto quer dizer? Foda-se, nem que esteja aqui até amanhã eu quero pedir uma pizza!
Enquanto esperávamos pela comida, o cansaço e a estupidez começaram a bater-nos forte. Já só dizíamos merda e fizemos da máquina fotográfica o nosso entretém.
Miss: olha vou tirar uma foto à mama…
Mr: és mesmo afanada chavala.
Miss: já está… ora vê… Ohh caraças, está ali um gajo a olhar para mim!
E estava mesmo. Um rapaz com pinta de alemão ou holandês tinha ganho o dia e ria-se com ar sacana da nossa brincadeira.
Mr: ‘tás-te a rir? Então vou tirar uma foto ao caralho a ver se gostas.
Miss: ahahahah… cromo

Devoradas as pizzas, já noite feita e a chover, só nos restava regressar à Praça da Catalunya, descer a Rambla, atravessar o porto marítimo e ir buscar o carro ao parque. Coisa pouca. Já não tínhamos tempo, no entanto, para ir ao Park Güell mas naquele momento aquilo que queríamos mesmo era chegar a casa e dormir. É que a brincar a brincar já tínhamos palmilhado uns bons 20 quilómetros pelo menos.

Uma vez no carro, a nossa preocupação era só uma: chegar ao camping antes da meia-noite. Até Salou foi relativamente rápido, o pior foi o trânsito dentro da cidade.

Miss: faltam 10 minutos pra fechar. Foda-se, não me apetece nada ir a pé até lá acima, ‘tou toda rota.
Mr: foda-se acredita… olha, eu não digo? Olha-me este caralho a 20 à hora. Baza da frente, ó cona d’unto!!!
Miss: ‘tamos fodidos, é só amélias!

Mas lá acabámos por chegar, 2 minutos antes de descerem a cancela. Parámos o carro perto das casas-de-banho para ir lavar os dentes. Nesse instante, um relâmpago gigantesco abateu-se sobre o edifício, como se o quisesse deitar abaixo. Ao entrar no carro, a Miss encontra o Mr. branco como a cal.

Miss: foda-se ouviste aquilo???
Mr: se eu ouvi aquilo? Se eu ouvi aquilo??? Foda-se, eu vi o raio cair mesmo ali à frente, o carro abanou por todos os lados e desligou-se sozinho! Não me perguntes se eu ouvi aquilo!!!

OK... Ficámos abalados com aquilo mas uma vez na tenda morremos para o mundo. Tipo pedra mesmo. Lá fora chovia e trovejava que Deus a dava. But then again… depois de um dia como hoje, who gives a fuck?