Dia 5 (parte I)... roteiro Gaudí com pezinhos de Cinderela!
Acordámos cedo, sensivelmente pelas 8 horas da manhã, ansiosos por aproveitar cada bocadinho deste dia. O céu estava muito nublado, com previsões de chuviscos, e no ar a temperatura era bem mais fresca que o habitual. Mas não tinha importância. Hoje era um dia especial para nós e, para o que tínhamos planeado fazer, este tempo era o ideal.
Apesar de nos conhecermos há pouco mais de um ano, fez hoje 4 meses que estamos juntos. Não somos daquelas pessoas que ligam muito a datas (porque a vida a dois constrói-se todos os dias e não apenas nos aniversários), mas achámos que se justificava fazer algo diferente para comemorar o facto de, para além de todas as dificuldades que já passámos, continuarmos apaixonados como no primeiro dia em que nos vimos. Desta forma, um dia inteiro passado em Barcelona era perfeito.
Enfiámo-nos na viatura, apropriadamente vestidos para longas caminhadas e fizemo-nos aos mais de 100 quilómetros que separam Salou de Barcelona. Damos um doce a quem adivinhar o que nos aconteceu. Claro… para não estragar a nossa média, enganámo-nos novamente no caminho. Mas por esta altura até no engano já tínhamos prática e num instante nos desenrascávamos.
Chegados a Barcelona, ansiosos por devorar tudo o que pudéssemos o quanto antes, tínhamos 2 objectivos básicos iniciais: primeiro, desfazermo-nos do carro e continuar a pé por ruas e vielas; segundo, encontrar um posto de turismo que nos desse um mapa da cidade para escolhermos os sítios a visitar.
Problema nº 1: tal como na baixa lisboeta, estacionar em Barcelona é um verdadeiro inferno; as ruas estão apinhadas de gente, o trânsito roça os limites do caótico e os parquímetros não dão abébias aos automobilistas. Assim, tivemos de engolir muito sapo até darmos o braço a torcer e nos resignarmos a deixar o carro estacionado num parque no porto da cidade.
Problema nº 2: resolvida a questão do carro, rapidamente descobrimos que não há postos de turismo a cada pontapé numa pedra. Assim que começámos a subir La Rambla percebemos que o ponto de informação mais próximo ficava a sensivelmente 1 quilómetro de distância. Mas nada que nos abalasse. Já estávamos mentalizados que íamos ter muito que andar hoje.
Continuámos a subir
La Rambla (uma versão melhorada da Rua Augusta só que três ou quatro vezes maior). A cada 50 metros encontramos artistas de rua, mimos, músicos amadores, pintores e toda a espécie de barraquinhas de souvenirs que se possa imaginar. Encaixada entre a Ciutat Vella e o Bairro Gótico, La Rambla transpira vida por todos os poros. De cada lado, os becos e as ruelas terminam em simpáticas pracetas e pátios antigos, com pequenos cafés e esplanadas espalhados aqui e acolá. Nas varandinhas dos prédios envelhecidos pelos tempos, vários jovens observam o que cá por baixo se passa, instalados nos inúmeros “hostales” e residências que se encontram a cada esquina.
Mais ou menos a meio da larga avenida, encontrámos um posto de informação que simpaticamente nos facultou uma planta da cidade. Traçámos logo o nosso percurso para o resto do dia: seguir La Rambla acima até à Praça da Catalunya, mais acima visitar a Casa Batlló, seguir para La Pedrera, dar um salto à Sagrada Familia, voltar ao Bairro Gótico, ir buscar o carro e, no caminho de volta, parar no Park Güell.
Um pouco mais acima da Praça da Catalunya, os pés da Miss começaram a dar sinal, assim como o tempo. Os chuviscos, o pó, o calor e a borracha das havaianas fizeram um cocktail explosivo e os seus pezinhos de Cinderela ameaçaram logo as bolhas da praxe. Nada que um passagem rápida na farmácia mais próxima não resolvesse. Com as patitas bem protegidas com pensos rápidos, continuámos até à nossa primeira visita: a
Casa Batlló.
Por 16 euros tem-se direito a ver a estranha mas fantástica arquitectura do edifício desenhado por Gaudí. Ele é, sem dúvida alguma, o verdadeiro símbolo da cidade, um autêntico must-see para qualquer turista que se preze.
Numa das salas, não resistimos a deixar um pequena mensagem no livro de visitas e, com muitas fotos e muitos panfletos arrecadados, seguimos para o próximo destino: La Pedrera.
La Pedrera também tem o cunho de Gaudí e o seu estilo peculiar. Desta vez, a 8 euros por cabeça, pode-se visitar o terraço do edifício que tem uma vista magnífica sobre grande parte da cidade, inclusive da conhecida Av. Diagonal, que atravessa Barcelona de fio a pavio, cortando a meio o seu traçado rigorosamente desenhado a régua e esquadro. Também se pode visitar os vários atriums do prédio e o próprio apartamento do artista, que ainda conserva a decoração original intacta.
Para além do edifício em si, as duas enormes lojas de souvenirs são umas autênticas caixas de bombons do mais fino chocolate, que só apetece consumir até ao último bocadinho. Infelizmente, a esmagadora maioria dos artigos não cabem em todos os bolsos e, tirando o postaleco, a canetita ou o marcador de livros da praxe, pouco mais resta a gente menos abonada trazer para casa de recuerdo. O que vale é que a memória é uma câmara fantástica.
Saídos de La Pedrera, seguimos para a próxima paragem no roteiro Gaudí: a
Sagrada Familia. A imponente igreja ergue-se frente a uma praça, com as suas torres gigantescas a querer troçar os céus. Apesar de estar em constantes obras de reconstrução e restauração (um bocadinho como o Castelo de S. Jorge), os 8 euros pagos valeram a pena, nem que seja porque a genialidade e a grandiosidade da obra nos tira o fôlego logo no primeiro olhar.
Do alto das suas torres, a 90 metros de altura, a vista sobre a cidade é qualquer coisa de extraordinário. Assim como os 400 e muitos degraus em caracol que se contam até lá acima. Claro que aqui os meninos preferiram esperar meia hora e pagar 2 euros adicionais por um elevador que os levasse directamente ao topo. Sim, porque os “jes” são malucos mas não são estúpidos.
Ao sair da Sagrada Familia, por volta das cinco, o corpo já anunciava fome e algum cansaço. Antes de pormos os pés ao caminho de regresso ao Bairro Gótico, tivemos de parar num cafezinho de ar enganadoramente envelhecido, que parecia saído do tempo das tertúlias e do encontro de velhos amigos para um debate de filosofias existenciais. O diálogo que tivemos com a empregada foi no mínimo surreal.
(continua...)
Dia 2... finalmente de tenda armada!
6:30 da manhã e o cheiro intensifica-se. Acordámos com o aroma e com o barulho dos carros dos hóspedes do Ibis a abandonarem o hotel bem cedo.
Tínhamos 600 km pela frente e apenas 2 horas de sono, sem banho tomado e ainda mais rabugentos.
Enquanto andávamos mais uma vez perdidos, às voltas para entrar de novo na auto-estrada, a estupidez matinal atacou.
Miss: olha que giro, as coisas do Minipreço saem deste armazém!
Mr: epah não quero saber, quero é encontrar a estrada.
Miss: opah fogo, és tão mau, é preciso falares assim?
Mr: oh Xu desculpa, ainda ‘tou a acordar. Só quero encontrar o caminho e sair daqui.
Uns quilómetros mais adiante e após ter encontrado a estrada, parámos para abastecer o estômago e a viatura. Graças ao prestável senhor do café, ficámos a saber que uma “tostada” é uma torrada com manteiga e um “mixto caliente” é que é uma tosta mista! Ah, e que os anormais dos espanhóis põem azeite em tudo. Até no pão ao pequeno-almoço!
Continuámos a viagem debaixo de um sol abrasador e se não fosse o calor teríamos continuado na palheta. Só ao fim de 1042 km percorridos em conversa constante tivemos de recorrer ao CD. Groove Armada, que com o cansaço e o bafo quente do interior não há forças para pensar quanto mais falar.
Aproveitando a deixa da música, a Miss revelou um pouquinho da surpresa que tinha preparado para as férias.
Miss: sabes uma coisa? Entretive-me estes últimos 2 dias a fazer uma playlist para nós.
Mr: a sério?
Miss: ya… para as nossas noites! Eh eh
Mr: ohh tão querida… E quanto tempo tem?
Miss: bem, sendo que são 52 músicas, eu diria que é capaz de ter aí umas 4 horas e tal!
Mr: fogo Xu, esmeraste-te!
Miss: nem me digas nada! E não pus tudo o que tinha pensado pôr! Escolhi só as músicas que era capaz de ouvir enquanto ‘tivesse a foder! E como eu gosto de estilos muito diferentes, foi uma trabalheira do caraças fazer um seguimento de músicas que se articulassem minimamente! Soul, com hip hop, com chill, com alternativo, com rock, com motown…na volta ‘tá uma salganhada do caraças!
Mr: se bem te conheço deve ‘tar bom! Se as passagens de umas músicas para as outras fizerem sentido, nem notas a mudança de estilos. Que músicas é que meteste??
Miss: ohh não te vou dizer, depois vês! Mas posso dizer que começa com Linda Perry, passa por Massive Attack, Ella Fitzgerald e acaba com Joss Stone!
Mr: bem, deve ‘tar lindo! Já ‘tou mortinho pra ver isso assim que lá chegar! Foda-se tenho de me esmerar… 4 horinhas seguidas…
Miss: ahahaha… entusiasmei-me, agora desenmerda-te!
E fiquei entretido mais não sei quanto tempo a tentar adivinhar o conteúdo da playlist, até que a certo ponto desisti e não tive outra alternativa senão esperar para ver!
A 4 ou 5 km de Tarragona, já perto do nosso destino paradisíaco, a paciência já se nos esgotava.
Mr: olha lá, Tarragona é no litoral, certo?
Miss: certo
Mr: porra, ‘tamos a menos de 10 km de Tarragona e só vejo montanhas!
Miss: ah é já ali depois daquele monte! Olha, mais uma terra… La Pobla… de Mafumet. Tem tudo a ver!
Mr: olha, o primeiro a ver o mar tem de bater uma palma
Miss: hmmm… ‘tá bem. Pró que nos havia de dar a estupidez. Para variar!
Afinal Tarragona continua no mesmo sítio e ao fim dos 10 km lá estava ela à beira-mar plantada. O próximo passo era encontrar a N-340 para Salou e, como sempre, as putas das placas trocaram-nos as voltas. E sim, o problema era da minha co-piloto.
Pela uma da tarde finalmente chegámos ao final da nossa viagem. Aparrámos na primeira das muitas esplanadas com vista para o mar que encontrámos. Até que enfim uma refeição decente depois de um dia inteiro a alimentar o corpinho a sandes rafeiras e a suminhos de lata!
Ainda estávamos meio aparvalhados da viagem e nem parecíamos acreditar que tínhamos chegado. A passagem Lisboa-Salou (e, com ela, a diferença horária de uma hora) tinha sido tão rápida que estranhámos o mundo onde os estrangeiros eram tratados como reis. A camonada amontoava-se na marginal e lutava por um bocadinho de sol e de espaço na praia. E nem reparavam no facto de já estarem transformados em lagostas de duas patas.
Lembrámo-nos, de repente, que com tanta afluência de gente seria um atitude esperta procurar estadia o quanto antes. Saímos da esplanada e fomos investigar as duas hipóteses de campings que tínhamos pensado. A primeira foi posta de parte. Ficava em La Piñeda, uma cheia de actividade, mas um pouco deslocada de tudo. A segunda hipótese era perfeita. Havia vagas, havia sombras e piscinas com fartura. Além disso, ficava a 100 metros da praia, o que dá sempre jeito. O Camping Sanguli era mesmo perfeito para aquilo que pretendíamos para os próximos 7 dias: descanso, praia, bronze e sexo… muito sexo.
Escolhido o spot estrategicamente (à sombra, num recanto escondido e com bastante espaço), tratou-se de armar a tenda… literalmente.
Mr: vamos virar a entrada para este muro, que achas?
Miss: acho bem, pelo menos ninguém vê nada cá para dentro e podemos ter sempre a tenda aberta.
Mr: e tenho ali uma lona que trouxe do meu irmão. Podemos fazer de toldo para dar sombra o dia todo. Não sei é se dá para fazer, estas árvores estão um bocado afastadas.
Miss: dá, dá, a gente arranja!
As duas alminhas lá se orientaram a esticar o almejado toldo. O estaminé estava montado, eram seis da tarde, estávamos estafados, eu escorria água pela cabeça abaixo e só pensava num banho fresquinho.
Lá fomos. Banho tomado, voltámos à tenda para trocar de roupa para o jantar. Apesar do cansaço, fodemos desalmadamente naquele mesmo instante, como que a dar as boas vindas a uma semana inteira longe de tudo e só para nós.
Com o apetite no auge, comemos uma pizza cada um no restaurante do parque. Não tínhamos forças para dar grandes passeios essa noite. Regressámos à base por volta das 23 horas para o merecido descanso. Mas não resistimos a foder mais uma vez antes de fechar os olhos cansados. A banda sonora que ela tinha preparado para nós esteve perfeita.
Dia 1... ou o calvário das placas de trânsito!
Conforme previsto, saímos de Lisboa ao final da tarde, para gáudio da audiência. Cúmulo dos cúmulos… conseguimos não trazer muita tralha e enfiar tudo na mala da BM… ou melhor, quase tudo.
Beijinhos e abraços e fizemo-nos à estrada. Muito importante antes disso: chupa-chupas. Uma paragem rápida na Galp para abastecer de doces que a viagem é longa (mais precisamente 1187 quilómetros). E pronto, gasóleo também que dá sempre jeito.
Antes de sair da bomba, o Mr. reparou em algo que nunca tinha visto.
Mr: foda-se tenho uma luz vermelha acesa.
Miss: o que é que diz?
Mr: é uma bola com um P lá dentro.
Miss: hmm… travão de mão??
Mr: ahhh… pois é!
Moral da história: ainda querem estas alminhas atravessar a Península Ibérica de carro! Pfff…
Não foi preciso mapa para chegar até Madrid, e se os espanhóis não dessem três nomes diferentes à mesma estrada, teríamos ficado logo num dos três Ibis que tínhamos previsto ficar.
Mr: e agora? M-30 ou M-40?
Miss: epah sei lá, há 3 saídas pró mesmo sítio! Vai pela M-30 pronto.
Mr: e em que sentido é que é?
Miss: sei lá, apanha uma, logo se vê.
Mr: isto ‘tá bonito ‘tá.
5 minutos depois…
Mr: foda-se já ‘tamos mal.‘Tamos a ir para a Coruña!
Miss: vá, sai aí e volta para trás…
Mais 10 minutos…
Mr: ah agora ‘tamos bem, foda-se. M-30! Que saída é?
Miss: é a 17 para o Centro Logistico CLA
Mr. e Miss: saída 14, 15, 16, 19… ???
Mr: foda-se, caralho!
Miss: e a 17? Viste? Desapareceu!!
Mr: sei lá eu ó caralho! Só sei é que já são 3 da manhã e anda aqui um gajo à procura da saída 17!
Miss: epah que se foda, passamos Madrid e ficamos no Ibis de Guadalajara que é logo a seguir.
Mr: se o encontrarmos, ó caralho! Vamos chegar a umas lindas horas!
Uma hora depois já estávamos cansados, rabugentos e esfomeados. Parámos numa área de serviço. Uma excursão cá fora, gente a dançar e a beber. Hmm, Ivete Sangalo?? Claro, só podia… portugueses!
Mr: foda-se, olha pra isto! Abomino isto!
Miss: isto o quê?
Mr: isto! Excursões! Abomino excursões… abomino pronto!
Miss: oh porquê? Coitados, ‘tão a curtir a deles!
Mr: epah apetece-me abominar, que é que queres?
Miss: caralho do miúdo… já ‘tamos rabugentos, vamos mas é embora!
Quatro quilómetros adiante lá apareceu o tal hotel… do outro lado da estrada mas apareceu!
Claro que nos enganámos mais uma vez na saída mas sim, foda-se, finalmente íamos descansar (às 4:30 da manhã). Puta da sorte “el hotel es lleno”, diz o gajo da recepção! Melhor ainda, eram os tugas da excursão! Filhos da puta! Afinal há quem abomine por alguma razão!
Miss: foda-se, não vamos a mais lado nenhum, vamos dormir mesmo no carro!
Mr: mas aqui cheira mal como a merda!
Miss: já te dou o cheiro. Assim que aparrar já nem sinto nada.
Bancos para trás, uma sandes e um sumo manhoso no bucho e aparrámos ali mesmo, nas traseiras do Ibis, com vista para as janelas dos quartos que era suposto serem nossos.
Sacaninha...
...sabias o efeito que a sms ia ter em mim... e também sabias que não tinha dinheiro para te responder!!
Saber que te masturbavas ontem a pensar nas fodas que vamos dar pela casa fora deixou-me doido de tesão... o meu corpo começou a aquecer e uma inquietude irritante apoderou-se do meu corpo... sabes bem que não consigo adormeçer assim sacana!! É impressionante como desde que te conheci sempre que me masturbo penso em ti, nas tuas curvas, na tua cara marota, na maneira como o teu corpo dança a cada toque meu, nesse teu cu de foda que me deixa louco e a cada suspiro ofegante que sinto no meu pescoço... foi assim ontem sacana, não me controlei e também o fiz a pensar em ti claro...
Mais logo ao final da tarde eu respondo-te ao ouvido amor, mas acredita que o dia de hoje vai demorar a passar simplesmente porque estou ansioso por saber qual vai ser a reacção dos nossos lábios quando se tocarem e os nossos corpos se roçarem de desejo...
para ti um beijo, uma lambidela na cona e um apertão no mamilo...
Mr. Teaser